segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Uma voz... Uma vida...



Poderá haver (e chegar) o dia, em que não mais se veja a desigualdade…

Terra de sonhos, ou o dito paraíso? Não! Não creio nisso, pois essa essência de nós depende que exista e seja possível.

Cada um de nós é único, diferente e singular. O corpo, este veículo em que cada qual se apresenta, manifesta a perfeição da natureza. Ainda que assim não consiga enxergar.

Questiono a mim mesmo, porque insisto em querer que seja tudo à minha maneira?

Se a Biologia nos mostra que, a variabilidade genética vai gerar os traços e características próprias e únicas de cada um… quão egoísta seria eu, ao querer ser idêntico ou igual ao outro?

Ou que alguém virá a pensar e entender o mundo, tal e qual como eu?

Vale ressaltar que a diversidade existente é das maiores riquezas que podemos observar. Poderá ser desconfortável, desafiante em alguns momentos, ou ainda (se assim o permitir) uma nova perspetiva multicolorida. Com certeza não deixa de ser fundamental para a evolução.

Nesse momento, terei a oportunidade para aprender novos dialetos, idiomas, linguagens, além de todas aquelas, das quais as cordas vocais humanas emitem. Talvez a comunicação com outros seres vivos se torne possível e compreensível.

Conseguiria decifrar o canto de alguns pássaros, à beira de minha janela? Certamente que sim!

Quem sabe poderei vir a entender o pedido insistente do coelho ou de outro gato? Para tal, me permito ouvir atentamente, sem expectativas, ou na esperança que irão falar conforme gostaria. Tal e qual daquela maneira, em que por vezes são retratados nas bandas desenhadas ou nas telas do cinema.

Entender e respeitar as múltiplas naturezas vivas é um desafio, em simultâneo uma dádiva oferecida gentilmente a mim, e a todos nós.

Antes de ignorar o que o outro me transmite, procuro ouvir atentamente e com o respeito que lhe é próprio. Sem julgar ou menosprezar a biodiversidade, sigo em frente…

Pois, uma voz… simboliza uma vida…

Vida essa, que poderá fazer toda diferença, para mim, para ti e para ele ou ela…

Estarei disposto a olhar com gentileza para todo o ser vivo? Para os animais humanos e não humanos?

Desafio-me a mim mesmo, mas também a ti…

Subindo degrau por degrau, na escalada da vida assim vou…

Hoje vou olhar para o outro(a), aquele(a) qual nunca parei para observar e respeitar. Pode ser uma gaivota, um ganso, um peixe… permito-me apenas sentir e contemplar o momento. Talvez tenhas agradáveis surpresas e descobertas, ou até mesmo revelações.

Pois uma voz é uma vida... a tua, a minha e a de todos os seres vivos… inclusive animais não humanos.

Pensa nisso, com carinho e…

Assim deixo-te, com esta reflexão e nova descoberta, para mim e para ti.

Até à próxima!


Artigo publicado na Tribuna da Madeira, a 18 de Outubro de 2020.

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