quinta-feira, 21 de julho de 2022

A arte da negação

 


Estamos a atravessar um momento bastante delicado na história do nosso planeta e observamos um retrocesso nos direitos civis.

A força da direita e da extrema-direita está bem assente e visível, sob o olhar de todo o mundo. Para tal, basta apenas prestarmos atenção, como exemplo a ascensão do Chega e a sua comitiva partidária, na Assembleia da República. Alguns de nós continuamos a achar que é irrelevante tal facto, no entanto, questiono: como foi que o Adolf Hitler obteve o poder?

“O objetivo da educação totalitária nunca foi incutir convicções, mas destruir a capacidade de formar alguma”. – Hannah Arendt.

Os Direitos Humanos encontram-se sob sérios riscos, mas de forma bastante evidente.

Vejamos bem, no Brasil, uma criança de 11 anos foi violada sexualmente e, durante o processo a juíza num tom persuasivo, perguntou-lhe: “consegues aguentar mais um bocadinho? (a gravidez)”. Sublinho, uma criança com 11 anos de idade.

Alguns quilómetros a norte, a Suprema Corte estadunidense revogou o direito ao aborto. Sim, é um retrocesso bastante sério e preocupante!

Perante um possível desfecho à vista da Pandemia Covid-19 e face a uma “Guerra Fria” que assola o mundo, nos deparamos com tamanhas barbaridades.

No Funchal, um grupo de estudantes manifestaram publicamente a sua preocupação com este cenário (revogação do aborto e direitos das mulheres), que coloca em causa o direito à vida. Como é que estes jovens causaram tanta polémica e repercussão? Parece-me que conseguiram concretizar o seu objetivo e, felizmente que há mais grupos a praticarem a desobediência civil.

“A minoria que se conforma com a maioria torna-se ineficaz… Mas, quando se lhe opõe com todo o seu peso, torna-se invencível.” – Henry David Thoreau.

Ainda em território nacional e após as comemorações do Pride Month (Mês do Orgulho LGBTQIA+), que remonta à Revolta de Stonewall, outro grande choque. Um professor da Universidade de Aveiro, em sua rede social afirmou que: “é urgente uma inquisição, para limpar esse lixo humano todo”, referindo-se às pessoas LGBTQIA+. Em reportagem à comunicação social, ele afirma objetivamente: “Homofóbico, com certeza que sou” e, após ser confrontado se tem conhecimento que a discriminação e discurso de ódio é crime (Artigo 240.o do Código Penal), concretiza: “Então, façam queixa à polícia e prendam-me!”.

Vale lembrar que, segundo a UNESCO, em 170 países não é permitido o casamento homoafetivo; em 69 países ser LGBTQIA+ é ilegal; em 10 países há a pena de morte para pessoas LGBTQIA+. Continuamos a achar que existem direitos assegurados para estas pessoas?

Fatalmente notamos que os Direitos Humanos estão pouco ou nada assegurados, sobretudo os dos grupos oprimidos. Nomeadamente as pessoas estrangeiras, refugiadas, negras, as mulheres, LGBTQIA+, crianças, reclusas e ex-reclusas, entre outras.

“A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos.” – Hannah Arendt.

A responsabilidade para que sejam respeitados os Direitos Humanos é de todxs nós, seres humanos.

“A democracia é atividade criadora dos cidadãos e aparece em sua essência quando existe igualdade, liberdade e participação.” – Marilena Chaui.



Artigo publicado na Tribuna da Madeira, a 08 de Julho de 2022.

terça-feira, 5 de julho de 2022

O panorama ambiental na R.A.M.

 


Nos tempos que correm, frequentemente nos deparamos com o cinzento das inúmeras construções, bem como o asfaltamento de estradas, entre outros pontos visíveis.

A estrada das Ginjas tornou-se um assunto bastante mediático, embora polémico, pois gera conversas e diversas argumentações. Ainda que, coloque em risco o ecossistema em questão, assim como prejudicar a Floresta Laurissilva, a governação atual está disposta a sacrificar a nossa ilha. Ativistas e ONG´s manifestaram-se, além de investigadores e técnicos, citando cientificamente quais serão as consequências negativas. É no mínimo duvidoso ou questionável a veracidade do estudo de impacte ambiental elaborado pela empresa que foi contratada para a construção da presente estrada. Qual o motivo ou justificação para apenas um estudo? Seria o suficiente para fazer uma avaliação rigorosa e cautelosa?

Seguidamente, atravessando algumas mais estradas e localidades, chegamos até ao Curral das Freiras. Imediatamente saberemos o assunto que está em causa, a construção do teleférico na localidade. Facilmente questionamos quais serão os benefícios, para as pessoas que moram nessa zona, bem como para turistas e, sobretudo a envolvência ambiental. Enumeramos a fauna e a flora, seguido da paisagem, chegando até à segurança de todas as pessoas que estarão envolvidas. Envolvem sérios investimentos económicos, deturpando o Curral, e trazem sérios riscos para a saúde da nossa Madeira. Seria demasiado perguntar se estaria em causa a segurança dos visitantes e locais? E a riqueza das plantas, das aves e diversos seres vivos que ali residem, visitam e transitam? Ora, pois, uma vez mais, a entidade governante atropela todas as questões de cariz científica, independentemente da sua natureza.

Estamos a esquecer e a ignorar um facto imprescindível, só temos um planeta e, atualmente a saúde ambiental está em sério risco. Segundo o último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas) há alterações climáticas que são irreversíveis e, no entanto, se não travarmos a nossa destruição em massa constante estaremos a pôr em causa (ainda mais) a vida como um todo.

Mudanças nas rotinas e hábitos precisam ser repensados, a atual pandemia trouxe-nos precisamente esse recado, o da mudança! Queremos mesmo regressar ao normal? Que normalidade é essa, quando nos maltratamos em nossas casas, pontapeamos os animais domésticos, arrancamos árvores, contaminamos os solos e destruímos a nossa saúde? Já ultrapassamos o limite há muito tempo, os cientistas há largos anos que nos avisam do cenário. Sentimos secas, mudanças extremas e bruscas na temperatura, o aumento do nível do mar e ainda assim as pessoas negacionistas insistem que é tudo uma invenção dos/das ambientalistas. O nosso país será um dos mais afetados da zona mediterrânica com o aumento do nível do mar e ainda assim achamos que nada irá acontecer.

Em qual planeta queremos viver, o que queremos ser e fazer?

O tempo urge e precisamos, cada qual, rever conceitos e paradigmas e, de facto mudar. Como diz o Secretário-Geral da ONU, António Guterres: “Trata-se de um alerta vermelho para a humanidade. Os alarmes são ensurdecedores: a emissão de gases de efeito estufa provocadas por combustíveis fósseis e a desflorestação estão a sufocar o nosso planeta."



Artigo publicado na Tribuna da Madeira, a 22 de Abril de 2022.

A poluição...



Quando falamos ou pensamos em poluição, quase que automaticamente, nos surge a poluição atmosférica ou hídrica.

A verdade é que existem alguns tipos principais desta problemática, que está cada vez mais presente no nosso planeta.

A poluição pode ser definida como a consequência e resultado das intervenções antrópicas ou naturais, que por sua vez degradam todo o meio ambiente. Habitualmente a poluição está relacionada e diretamente ligada às ações antropogénicas, como exemplo descarga de produtos agrotóxicos no solo, no ar e/ou na água. Os fenómenos naturais podem originar poluição, como o lançamento de substâncias tóxicas no ar (dióxido de enxofre), perante uma erupção vulcânica.

Este assunto causa muito desconforto e polémica, e na verdade é algo muito complexo e que deveria ser tratado por todxs nós com o devido respeito e a seriedade própria necessária.

Vejamos, a degradação do ambiente poderá destruir o habitat de vários seres vivos, afetam toda a economia e, prejudicam nossa vida e bem-estar. A poluição do ar está diretamente relacionada a vários problemas de saúde humanos, como as patologias respiratórias, alergias, entre outras.

A poluição atmosférica é o resultado do lançamento e emissão de uma enorme quantidade de gases ou de partículas líquidas ou sólidas, na atmosfera.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que “a maior parte das populações urbanas do mundo sofre uma exposição média de poluentes no ar bastante superior ao que é considerado aceitável.” Acrescenta que, “a poluição do ar é responsável por mais de sete milhões de mortes por ano no mundo - matando mais que a AIDS e a Malária. Estudos revelam que esse tipo de poluição pode afetar todos os órgãos do corpo humano.”

Algumas das causas deste tipo de poluição estão o desmatamento, queimadas, excesso de libertação de ácido nítrico, dióxido de carbono e monóxido de carbono, dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio… Em decorrência da atividade das indústrias, veículos e incineração de lixo.

Este tipo de problemática traz como consequência o efeito estufa, e as chuvas ácidas.

Seguidamente a poluição visual, esta que pode ser descrita como o excesso de estímulos visuais criados pelos seres humanos e que estão presentes em várias cidades e que somam um grande desconforto visual e espacial. Muitas vezes nem nos damos conta dos ecrãs e toda luminosidade presente em tudo que existe constantemente no nosso quotidiano. As publicidades, os anúncios, placas, posters, luzes, fios elétricos, entre outros.

A poluição luminosa é outro grande problema atual, causado pelo excesso de luz artificial emitido pelos centros urbanos. Principalmente decorrente da iluminação pública, afeta nossa saúde e os ecossistemas.

Os ruídos, barulhos, sons emitidos têm sido outro grande objeto de estudo e considerado um tipo de problema – a poluição sonora. Causado por um excesso de estímulos sonoros, como os ruídos emitidos pelos aparelhos móveis, tablets e computadores, televisões, e, também o ruído emitido pelos fogos de artifício. Atualmente é uma questão de saúde pública, que muito tem danificado a audição humana, dos seres vivos que nos rodeiam e traz grandes prejuízos a todo planeta.



Artigo publicado no Blogue da Associação Womaniza-te, a 27 de Junho de 2021.

A arte do ativismo e militância



Nos dias atuais tem sido frequente os protestos, as manifestações, o combate à injustiça social, face aos desafios que enfrentamos.

O termo ativista é inúmeras vezes questionado, ainda é um assunto tabu, polémico, desconfortável e sinónimo de caos.

Para nossa sociedade, em sua maioria significa ser radical, extremista, liberal, fundamentalista, terrorista, fanático, histérico, entre tantos e outros singelos adjetivos.

Vejamos o princípio da palavra, na qual ativista significa a pessoa que atua em defesa de uma causa; militante, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora.

Faz total sentido tal descrição e sim, em curtas e resumidas palavras é isso, no entanto toda a essência ativista é muito mais que isso.

Muitos e muitas de nós procuramos descrever e explicar em nossa volta, às pessoas que nos são queridas, assim como por onde passamos tal significado da palavra.

Ser ativista é, em primeiro lugar, algo que está intrínseco em nosso ser, naquilo que somos, algo que respiramos e transparecemos. Fica difícil transmitir o significado, pois é algo que se vive, que nos move, conduz, é uma energia e chama viva constante.

Poderemos acordar de madrugada em nome de nossa causa, assim como sacrificar para defender a nossa bandeira.

O ativismo envolve rir, chorar, gritar, combater, lutar, militar é sofrer, é uma emoção intensa e constante. É o movimento da vida, na sua mais pura vibração, absoluta e verdadeira, é o pulsar da vida. Poderá ser descrito por inúmeras perspetivas e vertentes, mas não encontro forma e nem argumentos suficientes para descrever esta missão. Por outro lado, dentro do ativismo, assim como em outros grupos de pessoas existem inúmeros conflitos e desavenças. É uma atividade voluntária e que não é remunerada, mas é uma dedicação profunda e é um trabalho constante. Existe a necessidade de um maior financiamento, investimento e apoio financeiro às organizações, pois visto ser um trabalho voluntário é imprescindível para os grupos terem os recursos necessários e, assim dar continuidade à sua atividade. Ser ativista é saber reconhecer a importância de todas as causas, de todas as lutas, de todas as bandeiras. É saber respeitar todos os grupos, as minorias, além daquela, ou daquelas que nos dedicamos. Que sentido faz ou faria, lutar pelos direitos dos animais e discriminar as mulheres, por exemplo? Ou ainda, invalidar o combate ao preconceito LGBTI+? Lembremos sempre que, se lutamos por um mundo justo e melhor, com respeito, isso é válido e destinado para TODXS!

O dia a dia de um ativista é recheado de estudo, de leitura, de pesquisa, de muita dedicação. O cuidado e equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual é base para uma sanidade indispensável para a militância, tarefa esta que é delicada. Não basta ser emotivo e gritar em nome de uma causa, é preciso ter inteligência e sabedoria, definir e planear tarefas, objetivos, estratégias. É sabermos igualmente que existem várias formas de atuar, não apenas uma ou duas vertentes ativistas, que todas elas são válidas e têm o seu lugar.

Ser ativista é honrar e respeitar a nós próprios, primeiramente, igualmente à causa ou causas que nos dedicamos, assim como todo o planeta. É saber trabalhar em grupo, em parceria, pois estamos neste planeta em comunidade, e juntos poderemos fazer a diferença! Deixo-te nesta primeira reflexão sobre o assunto e… até breve!



Artigo publicado no Blogue da Associação Womaniza-te, a 27 de Junho de 2021.

Os animais e o arco-íris

 


Os animais não-humanos continuam a ser enxergados, em sua maioria, como meros produtos descartáveis. A essência da biodiversidade está longe de ser conhecida e respeitada pela nossa sociedade.

Ainda que, os animais de companhia tenham alguma legislação, ainda não é suficiente para os proteger da atrocidade humana. Vejamos bem, pela terceira vez consecutiva, o Tribunal Constitucional declarou com inconstitucional a lei que protege os animais de companhia contra maus-tratos. Até quando iremos permanecer nesta barbárie?

Tudo começa na nossa educação cívica social, aquando não somos familiarizados com a natureza diversa expressa ao redor do nosso planeta. Sim, muitxs de nós nunca sequer tiveram a chance de contemplar o habitat das vacas ou dos cavalos, por exemplo. A maioria de nós apenas vê o que os canais mediáticos e toda a comunicação social emitem, sem poder ter conhecimento da sua origem.

O que nos leva a desrespeitar um ser vivo? Que superioridade é essa, assumindo eu que tenho o direito de agredir o outro? Quanto mais os animais (não-humanos), os quais habitualmente não têm como se defender.

Como consigo eu dormir, com a minha sã consciência, ao saber que contribuo e/ou compactuo com o sofrimento destes pequenos, grandes seres?

“A grandeza de uma nação e seu progresso moral podem ser julgados pela forma como seus animais são tratados.” – Mahatma Ghandi.

Igualmente o cenário repete-se sob outro grupo oprimido e diariamente massacrado… Sim, estamos a falar das pessoas LGBTQIA+.

Durante a nossa jornada diária, não raro observamos e ouvimos falas como “o casamento homossexual deveria ser proibido, é uma pouca-vergonha”, “as mulheres transgénero não são mulheres a sério”, entre outros lamentáveis argumentos.

Pergunto-me, se não pretendo casar-me com alguém do mesmo género, porquê incomoda-me tanto? Ao ponto de ficar transtornado com o casamento homoafetivo… Se não pretendo, não me caso, simples! Que as pessoas sejam felizes, tal como são e, ponto final, não é da minha conta.

A identidade de género somatiza uma individualidade, é um direito humano, e cada qual sabe aquilo que realmente é. Seja homem ou mulher transgénero, género fluído, não-binarie, entre outras identidades e expressões.

E sim, cada qual é como é, quer eu goste, quer não… Pois não se trata de gostar ou entender, mas é nosso dever respeitar.

“Não existe orgulho para alguns de nós, sem haver libertação para todos nós.” – Marsha P. Johnson.



Artigo publicado na Tribuna da Madeira, a 03 de Junho de 2022.

As causas e os movimentos sociais

 


Ativismo, ONG´s, manifestação, protesto e disrupção são alguns dos termos que compõem a história do ativismo por todo o planeta.

Histórias e relatos de grande sofrimento, de muita dor, mas sobretudo de grande resiliência. São várias as frentes e vários os momentos que pessoas com visibilidade, acima de tudo as pessoas anónimas que deram as suas vidas. Torturas, motins, agressões, prisões, mortes e suicídios de tantos seres que demarcam as linhas da evolução social. E sim, graças a tantas e várias pessoas hoje temos uma sociedade (em alguns pontos, pelo menos) um pouco menos opressora.

Ativistas como a Harriet Tubman, Rosa Parks, Nelson Mandela, Harvey Milk, Sylvia Rivera, Marsha P. Johnson, Peter Tatchell, António Serzedelo, Marielle Franco, Dian Fossey, Jane Goodall e Stella McCartney são alguns ícones marcantes da história.

A igualdade de género, LGBTQIA+, ambiente e animais são alguns dos principais movimentos. Todos as lutas gritam e trabalham arduamente pelos mesmos motivos, são eles o respeito, a liberdade, o direito à vida e o fim do sofrimento e/ou tortura.

Individualidades e formas de expressão não-normativas sempre incomodaram a humanidade, pois tudo aquilo que não conhecemos elaboramos um (pré) conceito. Mitos, mentiras e tantos erros geraram consequências atrozes em inúmeras vidas.

A escravidão humana, o abuso do trabalho, a exploração infantil, o racismo, a xenofobia, a homobitransfobia e a tortura animal continuam presentes. Sim, a Revolta de Stonewall impulsionou a luta pelos Direitos LGBTQIA+, no entanto vivemos num país, e sobretudo numa ilha extremamente homo-bi-transfóbica.

Os direitos das mulheres não estão tão assegurados, em contrapartida constantemente elas são alvo de ataques e abusos. Exemplo vivo disso são as mulheres transgénero e são vítimas de brutal violência.

Os animais, nomeadamente os domésticos, têm hoje um estatuto legal que os protegem (supostamente deveria protegê-los), ainda assim, diariamente ativistas e organizações de proteção animal atuam arduamente no terreno para retirar tantos animais de inimaginável sofrimento.

Sim, alguns casos mediáticos impulsionam e dão visibilidade aos grupos e seres vivos que são reprimidos, violados e abusados. Antes não era possível publicar em direto, hoje o acesso à informação é muito mais fácil e rápido.

Os gritos eram audíveis, no entanto, vivemos num tempo em que fascistas saudosistas insistem em que uma ditadura volte a imperar. Não, não estamos livres da extrema-direita e estamos enganados em achar que não mais poderá existir um campo de concentração. Vejamos bem, a escravidão foi abolida, mas as condições laborais dão-nos a falsa ilusão de que temos os direitos garantidos. Ainda assim, não raro ouvimos os absurdos que as entidades patronais cometem perante seus trabalhadorxs.

Vivemos numa era em que estamos próximos do final da pandemia covid-19 e no início de uma “guerra fria”. Ainda assim, alguns líderes da extrema-direita ganham destaque e adeptxs, como a Marine Le Pen, candidata à Presidência na França, o André Ventura, líder do Chega no Parlamento Nacional e o Presidente Brasileiro Jair Bolsonaro. Precisamos continuar com o nosso ativismo, a nossa luta, ir para as ruas e protestar, manifestar e lembrar que, toda a forma de ser é válida e deve ser respeitada, seja ela qual for. A luta contra o racismo é tão importante quanto a luta contra o sofrimento dos animais. Todas as causas e os movimentos sociais são igualmente imprescindíveis.


Artigo publico na Tribuna da Madeira, a 20 de Maio de 2022.