Os animais não-humanos
continuam a ser enxergados, em sua maioria, como meros produtos descartáveis. A
essência da biodiversidade está longe de ser conhecida e respeitada pela nossa
sociedade.
Ainda que, os animais de
companhia tenham alguma legislação, ainda não é suficiente para os proteger da
atrocidade humana. Vejamos bem, pela terceira vez consecutiva, o Tribunal
Constitucional declarou com inconstitucional a lei que protege os animais de companhia
contra maus-tratos. Até quando iremos permanecer nesta barbárie?
Tudo começa na nossa educação
cívica social, aquando não somos familiarizados com a natureza diversa expressa
ao redor do nosso planeta. Sim, muitxs de nós nunca sequer tiveram a chance de
contemplar o habitat das vacas ou dos cavalos, por exemplo. A maioria de nós
apenas vê o que os canais mediáticos e toda a comunicação social emitem, sem
poder ter conhecimento da sua origem.
O que nos leva a desrespeitar
um ser vivo? Que superioridade é essa, assumindo eu que tenho o direito de
agredir o outro? Quanto mais os animais (não-humanos), os quais habitualmente
não têm como se defender.
Como consigo eu dormir, com a
minha sã consciência, ao saber que contribuo e/ou compactuo com o sofrimento
destes pequenos, grandes seres?
“A grandeza de uma nação e
seu progresso moral podem ser julgados pela forma como seus animais são
tratados.” – Mahatma Ghandi.
Igualmente o cenário
repete-se sob outro grupo oprimido e diariamente massacrado… Sim, estamos a
falar das pessoas LGBTQIA+.
Durante a nossa jornada
diária, não raro observamos e ouvimos falas como “o casamento homossexual
deveria ser proibido, é uma pouca-vergonha”, “as mulheres transgénero não são
mulheres a sério”, entre outros lamentáveis argumentos.
Pergunto-me, se não pretendo
casar-me com alguém do mesmo género, porquê incomoda-me tanto? Ao ponto de
ficar transtornado com o casamento homoafetivo… Se não pretendo, não me caso,
simples! Que as pessoas sejam felizes, tal como são e, ponto final, não é da
minha conta.
A identidade de género somatiza
uma individualidade, é um direito humano, e cada qual sabe aquilo que realmente
é. Seja homem ou mulher transgénero, género fluído, não-binarie, entre outras
identidades e expressões.
E sim, cada qual é como é,
quer eu goste, quer não… Pois não se trata de gostar ou entender, mas é nosso
dever respeitar.
“Não existe orgulho para
alguns de nós, sem haver libertação para todos nós.” – Marsha P. Johnson.
Artigo publicado na Tribuna da Madeira, a 03 de Junho de 2022.
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