Ativismo, ONG´s,
manifestação, protesto e disrupção são alguns dos termos que compõem a história
do ativismo por todo o planeta.
Histórias e relatos de grande
sofrimento, de muita dor, mas sobretudo de grande resiliência. São várias as
frentes e vários os momentos que pessoas com visibilidade, acima de tudo as pessoas
anónimas que deram as suas vidas. Torturas, motins, agressões, prisões, mortes
e suicídios de tantos seres que demarcam as linhas da evolução social. E sim,
graças a tantas e várias pessoas hoje temos uma sociedade (em alguns pontos,
pelo menos) um pouco menos opressora.
Ativistas como a Harriet
Tubman, Rosa Parks, Nelson Mandela, Harvey Milk, Sylvia Rivera, Marsha P.
Johnson, Peter Tatchell, António Serzedelo, Marielle Franco, Dian Fossey, Jane
Goodall e Stella McCartney são alguns ícones marcantes da história.
A igualdade de género,
LGBTQIA+, ambiente e animais são alguns dos principais movimentos. Todos as
lutas gritam e trabalham arduamente pelos mesmos motivos, são eles o respeito,
a liberdade, o direito à vida e o fim do sofrimento e/ou tortura.
Individualidades e formas de
expressão não-normativas sempre incomodaram a humanidade, pois tudo aquilo que
não conhecemos elaboramos um (pré) conceito. Mitos, mentiras e tantos erros
geraram consequências atrozes em inúmeras vidas.
A escravidão humana, o abuso
do trabalho, a exploração infantil, o racismo, a xenofobia, a homobitransfobia
e a tortura animal continuam presentes. Sim, a Revolta de Stonewall
impulsionou a luta pelos Direitos LGBTQIA+, no entanto vivemos num país, e
sobretudo numa ilha extremamente homo-bi-transfóbica.
Os direitos das mulheres não
estão tão assegurados, em contrapartida constantemente elas são alvo de ataques
e abusos. Exemplo vivo disso são as mulheres transgénero e são vítimas de
brutal violência.
Os animais, nomeadamente os
domésticos, têm hoje um estatuto legal que os protegem (supostamente deveria
protegê-los), ainda assim, diariamente ativistas e organizações de proteção
animal atuam arduamente no terreno para retirar tantos animais de inimaginável
sofrimento.
Sim, alguns casos mediáticos
impulsionam e dão visibilidade aos grupos e seres vivos que são reprimidos, violados
e abusados. Antes não era possível publicar em direto, hoje o acesso à
informação é muito mais fácil e rápido.
Os gritos eram audíveis, no
entanto, vivemos num tempo em que fascistas saudosistas insistem em que uma
ditadura volte a imperar. Não, não estamos livres da extrema-direita e estamos
enganados em achar que não mais poderá existir um campo de concentração. Vejamos
bem, a escravidão foi abolida, mas as condições laborais dão-nos a falsa ilusão
de que temos os direitos garantidos. Ainda assim, não raro ouvimos os absurdos
que as entidades patronais cometem perante seus trabalhadorxs.
Vivemos numa era em que
estamos próximos do final da pandemia covid-19 e no início de uma “guerra fria”.
Ainda assim, alguns líderes da extrema-direita ganham destaque e adeptxs, como
a Marine Le Pen, candidata à Presidência na França, o André Ventura, líder do Chega
no Parlamento Nacional e o Presidente Brasileiro Jair Bolsonaro. Precisamos
continuar com o nosso ativismo, a nossa luta, ir para as ruas e protestar,
manifestar e lembrar que, toda a forma de ser é válida e deve ser respeitada,
seja ela qual for. A luta contra o racismo é tão importante quanto a luta
contra o sofrimento dos animais. Todas as causas e os movimentos sociais são
igualmente imprescindíveis.
Artigo publico na Tribuna da Madeira, a 20 de Maio de 2022.
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