Nos dias atuais tem sido
frequente os protestos, as manifestações, o combate à injustiça social, face
aos desafios que enfrentamos.
O termo ativista é inúmeras
vezes questionado, ainda é um assunto tabu, polémico, desconfortável e sinónimo
de caos.
Para nossa sociedade, em sua
maioria significa ser radical, extremista, liberal, fundamentalista,
terrorista, fanático, histérico, entre tantos e outros singelos adjetivos.
Vejamos o princípio da
palavra, na qual ativista significa a pessoa que atua em defesa de uma
causa; militante, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, Porto
Editora.
Faz total sentido tal
descrição e sim, em curtas e resumidas palavras é isso, no entanto toda a essência
ativista é muito mais que isso.
Muitos e muitas de nós
procuramos descrever e explicar em nossa volta, às pessoas que nos são queridas,
assim como por onde passamos tal significado da palavra.
Ser ativista é, em primeiro
lugar, algo que está intrínseco em nosso ser, naquilo que somos, algo que
respiramos e transparecemos. Fica difícil transmitir o significado, pois é algo
que se vive, que nos move, conduz, é uma energia e chama viva constante.
Poderemos acordar de
madrugada em nome de nossa causa, assim como sacrificar para defender a nossa
bandeira.
O ativismo envolve rir,
chorar, gritar, combater, lutar, militar é sofrer, é uma emoção intensa e
constante. É o movimento da vida, na sua mais pura vibração, absoluta e
verdadeira, é o pulsar da vida. Poderá ser descrito por inúmeras perspetivas e
vertentes, mas não encontro forma e nem argumentos suficientes para descrever esta
missão. Por outro lado, dentro do ativismo, assim como em outros grupos de
pessoas existem inúmeros conflitos e desavenças. É uma atividade voluntária e
que não é remunerada, mas é uma dedicação profunda e é um trabalho constante. Existe
a necessidade de um maior financiamento, investimento e apoio financeiro às
organizações, pois visto ser um trabalho voluntário é imprescindível para os
grupos terem os recursos necessários e, assim dar continuidade à sua atividade.
Ser ativista é saber reconhecer a importância de todas as causas, de todas as
lutas, de todas as bandeiras. É saber respeitar todos os grupos, as minorias,
além daquela, ou daquelas que nos dedicamos. Que sentido faz ou faria, lutar
pelos direitos dos animais e discriminar as mulheres, por exemplo? Ou ainda,
invalidar o combate ao preconceito LGBTI+? Lembremos sempre que, se lutamos por
um mundo justo e melhor, com respeito, isso é válido e destinado para TODXS!
O dia a dia de um ativista é
recheado de estudo, de leitura, de pesquisa, de muita dedicação. O cuidado e
equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual é base para uma sanidade
indispensável para a militância, tarefa esta que é delicada. Não basta ser
emotivo e gritar em nome de uma causa, é preciso ter inteligência e sabedoria,
definir e planear tarefas, objetivos, estratégias. É sabermos igualmente que
existem várias formas de atuar, não apenas uma ou duas vertentes ativistas, que
todas elas são válidas e têm o seu lugar.
Ser ativista é honrar e
respeitar a nós próprios, primeiramente, igualmente à causa ou causas que nos
dedicamos, assim como todo o planeta. É saber trabalhar em grupo, em parceria, pois
estamos neste planeta em comunidade, e juntos poderemos fazer a diferença! Deixo-te
nesta primeira reflexão sobre o assunto e… até breve!
Artigo publicado no Blogue da Associação Womaniza-te, a 27 de Junho de 2021.
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